Os restos mortais das quatro pessoas que morreram carbonizadas após um acidente no Sul do Piauí foram liberados na semana passada, mais de 10 dias depois, como 'não identificados'. Segundo o diretor do Instituto de Medicina Legal do Piauí (IML), Janiel Guedes, foram recolhidas amostras de DNA dos corpos e dos familiares, mas não puderam ser analisados por causa da dívida entre o estado e o laboratório responsável pelos exames.
“Os restos mortais foram liberados porque a família queria fazer o enterro. No documento, a gente diz de onde veio e existem muitas provas de que aqueles corpos são das pessoas que estavam naquele carro”, disse Janiel informando ainda que o processo para realização dos exames de DNA e identificação não param com a liberação dos restos mortais
Os corpos da família morta estavam sendo mantidos no Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina desde o acidente, por falta de material para a realização do exame de DNA. Ainda segundo Janiel, não há previsão para que a análise seja feita.
No dia 25 de fevereiro, um carro com placa de Cristalina de Goiás (GO) colidiu com um caminhão-tanque na BR-135, em Cristalândia, extremo sul do Piauí, na divisa com a Bahia. Os veículos pegaram fogo e os quatro passageiros do carro morreram carbonizados, uma família com os pais e duas crianças de 9 e 13 anos.
Segundo Jorge Andrade, presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Piauí (Sindiperitos-PI), o procedimento realizado pelo IML foi legal, mas esse tipo de liberação traz alguns problemas legais para a família das vítimas.
“O que acarreta para a família juridicamente é que ela deve ficar impedida de receber pensões, herança e outras questões dessa ordem. Ao liberar os corpos da forma como estavam, como cadáveres não identificados, a família assume a responsabilidade por essas consequências. É um processo legal que deve ter sido acordado entre o instituto e os familiares”, afirmou JorgePara a professora de medicina Legal Liana Mendes, a liberação dos corpos sem ter elucidado o caso cria-se uma prova frágil para o estado, que não tem como confirmar quem são os mortos porque a identificação não seguiu o protocolo. Ela lembrou ainda que em mortes de violentas, os corpos das vítimas deixam de ser posse da família e passam a ser do estado.
"A liberação não é necessária em caso de morte violenta, porque a elucidação da causa da morte é importante para o estado. O IML não era obrigado a devolver os corpos até que tudo esteja resolvido. Agora porque isso foi feito não tem justificativa legal. O passo a ser seguido era esperar a elucidação, depois libera. Como eles vão comprovar que se trata daquelas pessoas?", comentou.
Liana Mendes destacou que em outros países a perícia demora mais de três semanas para liberar o corpo, porque o principal objetivo é elucidar a causa da morte. "Por isso, nos Estados Unidos 65% dos homicídios são elucidados, enquanto no Brasil são menos de 8% dos casos. A família precisa deixar que a perícia aconteça como deve ser feita", ressaltou.
Investigação
O delegado Danilo Gomes, da Delegacia Regional de Policia Civil de Corrente, revelou que o motorista do carro teria perdido o controle e por isso invadiu a faixa contrária, colidindo de frente com o caminhão-tanque.
O delegado Danilo Gomes, da Delegacia Regional de Policia Civil de Corrente, revelou que o motorista do carro teria perdido o controle e por isso invadiu a faixa contrária, colidindo de frente com o caminhão-tanque.
Ainda de acordo com o delegado, o trecho da BR-135 onde ocorreu o acidente não tem sinalização e iluminação, por este motivo a perícia foi feita no dia seguinte.
PRF aponta falhas na BR-135
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou falhas nos trechos da BR-135 em Cristalândia do Piauí, Sul do estado, onde oito pessoas perderam a vida em dois acidentes graves durante o carnaval. Para o superintendente Wellendal Tenório, parte do resultado das ocorrências registradas se decorre das péssimas condições de segurança da via.
"Temos de Elizeu Martins à Cristalândia um problema grande com falha na rodovia. São 18 km na BR-135 sem vias duplicadas, falta acostamento, com desvio do pavimento estrutural da via e outros fatores ausentes. A largura normal de uma rodovia federal é de 7 metros e ali temos 5,8 metros, o que impõe várias situações de riscos para quem passa por ali", revelou.
PRF aponta falhas na BR-135
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou falhas nos trechos da BR-135 em Cristalândia do Piauí, Sul do estado, onde oito pessoas perderam a vida em dois acidentes graves durante o carnaval. Para o superintendente Wellendal Tenório, parte do resultado das ocorrências registradas se decorre das péssimas condições de segurança da via.
"Temos de Elizeu Martins à Cristalândia um problema grande com falha na rodovia. São 18 km na BR-135 sem vias duplicadas, falta acostamento, com desvio do pavimento estrutural da via e outros fatores ausentes. A largura normal de uma rodovia federal é de 7 metros e ali temos 5,8 metros, o que impõe várias situações de riscos para quem passa por ali", revelou.
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